domingo, 21 de março de 2010

Sunday...

Toda essa semana que passou não encontrei um dia sequer com Sr. Geraldo, saio cedo pra aula e ele tem vindo mais tarde, por estar capinando o terreno do vovô e Tia Nininha... Deixo o trato da tarde para ele pois chego depois disso mais ao final da tarde ou de noite. Um dos entraves que venho tendo é a dificuldade de sincronia com Sr. Geraldo que insiste em não manter o padrão de manejo que estabeleço, misturando os lotes de aves, trocando os caprinos e ovinos de baia, (acredito que o fato de o carneiro ter ficado solto na mesma baia que a ovelha e sua cria tem sido a causa da morte - cabeçada talvez, na tentativa de retorno de cio e nova monta creio eu), deixando Xapuri dia solto, dia preso, sem seguir lógica no pastejo rotacionado dos bovinos. Enfim, já é um senhor de seus 60 e poucos anos e que está conosco há mais de 10 anos, me viu crescer e pelo qual tenho muito respeito não conseguindo as vezes, mesmo que necessário, ser enérgico como patrão ou chamar a atenção devido a diferença de idade e por saber que por muito tempo eu sequer morava ou vinha aqui.
Percebo que uma das maiores dificuldades hoje no meio rural é a mão de obra qualificada, de confiança e etc. Perdeu-se muito da tradição das famílias que moravam e tinham seus filhos criados na zona rural vindo mais tarde trabalhar com os pais ou em propriedades vizinhas já com certa experiência. O veterinário Alexandre que tenho acompanhado no estágio da disciplina de prática II - animais de produção, tem tido o mesmo problema e também relatou outros exemplos, sem falar no histórico de tantos outros casos que ouço por aí. Brecha essa que pretendo começar a atuar em breve.
Hoje choveu quase toda a manhã parando por volta de onze horas onde então fui soltar os bichos, tratar e tudo mais. Xapuri vermifugado e Biagio e Beatrice pulverizados com carrapaticida.
Soltei os pintinhos com as aves adultas por já terem tamanho e idade para tal, já comem grão de milho inteiro também.
Os patos após a temporada presos no galinheiro não vieram mais nadar na piscina, permanecem na lagoa que voltou a encher 100% com este novo período de chuva em meados de março.
A bezerra continua com sua irmã separada da mãe e dos demais bovinos.
Os filhotes de Espuleta durante a semana foram diminuindo, cheguei um dia e faltavam dois dos pintados, no dia seguinte mais dois, depois mais um e agora só uma fêmea resta. Creio que podem ter tentado acompanhar a mãe por aí e acabaram se perdendo(achei um lá embaixo na cisterna uma vez) ou então Sr. Geraldo sem minha autorização já começou a distribuí-los por aí ou levá-los para sua casa, fato que verificarei amanhã.
O domingo segue e os olhos continuam atentos as observações e aprendizados.

domingo, 14 de março de 2010

Juntos e separados.

O tempo corrido não permite no momento elucidar o que vem passando por aqui... Seguimos assim:

a filha da ovelha morreu. Vista pela manhã na mesma baia que pai e mãe. Sem maiores comentários...
Beatrice voltou pra chácara.
Os filhotes de Espuleta já comem ração há uma semana e tem dado seus passeios curtos ao redor dos quartinhos, tem permanecido na varanda.
A bezerra da 'Jessinha' está sendo mantida separada da mãe para o leite secar, junto a sua irmã mais velha no piquete de frente ao curral.
As aves soltas de dia.
Xapuri desce pra pastar com maior facilidade agora que tem a companhia dos bovinos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Aprender através da observação

A isso se chama aprendizado por observação, e no que se refere aos medos evolutivos, assim como a muitas outras áreas do aprendizado, animais e pessoas aprendem observando o que outros animais e pessoas fazem, não realizando algo por conta própria e aprendendo com as conseqüências. Temple Grandin et. Al.

Cito este trecho do livro a fim de elucidar minha opinião perante comportamento e bem-estar animal. São necessários ainda mais estudos e pesquisas, mas sem grande tempo dedicado ao simples fato de observar os animais em seus meios, não haveriam padrões de comportamento e assim diagnósticos de movimentos estereotipados ou outros. Os humanos aprendem uns com outros, manias, gírias e por aí vai, assim como os animais também ensinam às vezes até sem a intenção disso em comportamentos não necessários a sobrevivência.

O fato percebido por mim com os irmãos Beatrice e Biagio, cães próximos de completar dois anos e criados até cerca de seis meses com os pais e hoje em dia separados do pai (falecido) e da mãe, juntos os dois com exceção a época de cio, é que ambos aprenderam algo com os pais e um com outro. Já citei anteriormente o fato de ficarem se coçando em plantas, como se os vegetais os acariciassem com texturas, formas e cheiros diferentes. De comportamento aprendido com o pai Iago que tinha essa curiosa mania. Comprovo que tal comportamento foi aprendido com o pai, pois Verena nunca demonstrou esse tipo de comportamento e os filhotes não tiveram contato com outros cães que o apresentassem, no caso Espuleta que é com quem convivem. Esse aprendizado de pai pra filhos ou entre irmãos, uma vez que Biagio o manifestou de forma primária e Beatrice posteriormente não sabendo eu se ela aprendeu com o pai ou com o irmão, o fato é que manifestou mais tardiamente. Já de irmão pra irmão, Biagio aprendeu com Beatrice a morder os lábios. Beatrice sempre foi mais ativa, atirada, agitada e por isso recebeu uma educação mais marcante devido ao número de artes que produz. (Uma da arte foi destruir por completo um bonsai que cultivava e que foi replantado por sua causa umas três vezes, mas ele não resistiu as investidas dos caninos dela). O que ocorre é que, quando retiro os objetos de sua boca, ela com a boca ‘vazia’ então faz um movimento com a cabeça jogando o lábio esquerdo superior para dentro da boca e o segurando com os caninos. Acredito que por ansiedade, insegurança ou até medo, é como se fosse um humano nervoso mordiscando os lábios ou comendo unhas. Biagio agora está também apresentando tal comportamento. A raça tem lábios pronunciados e tal fato é facilitador. Ao retirar o lábio dos caninos com a mão, de forma fácil indicando que eles não o fazem com força e, portanto não se machucam, normalmente eles voltam a fazer o movimento quando não os ofereço algum objeto que possam brincar. Mas soltos no sítio e com tantas opções é comum achar ‘corpos estranhos’ nas fezes de Biagio principalmente.

A novilha com parte do sangue nelore apresentou comportamento defensivo/agressivo na manhã de domingo, quando eu ia com baldes enchendo os cochos de água na sua frente sonorizando com o nariz e baixando a cabeça em posição de guarda e provável ataque. Mesmo sem movimentos bruscos ou de ameaça, ela o fez durante os cinco primeiros baldes no total de doze, por exemplo.

Com os galos jovens fora do galinheiro ‘o galo pai’ parece cantar com mais segurança, tranqüilidade, confiança e vontade. O número de ovos ainda não aumentou mas o manejo continua sendo seguido. Dois pintinhos morreram hoje, um que nasceu com problema ortopédico na região do ‘joelho’ e um outro aparentemente normal. As águas de março fechando o verão esfriaram o ambiente e baixaram suas imunidades creio eu os tornando mais susceptíveis.

O casal de peixes que vem ‘populando’ a caixa d’água no caminho para o curral, com água de coloração normal de lagoa e etc, foi retirado por mim este final de semana e transferido para outro tanque menor de azulejos brancos e água limpa da cisterna. Não sei se a apanha ou o ambiente ‘clean’ o fizeram ficar parados no mesmo lugar por mais de 24 horas do lado onde a parede era mais alta, acredito que por segurança. Com pesar e repensando o feito os devolvi para seu ambiente anterior e família.

Chuvas, tanques, lagoas, caixas d’água, manilhas, peixes, piscicultura, aquarismo...