domingo, 26 de julho de 2009

Interagindo com o meio...

Os animais não precisariam mesmo falar. Manifestam-se de forma ‘natural’ no seu ambiente. A diferença dos domésticos para os selvagens é que seus desafios frente a ações humanas estão próximos ou mais distantes respectivamente. Como todos os seres se inter relacionam não poderia afirmar que há algum hoje em dia que não esteja incluído no “desenvolvimento” humano.

Por hora, me aterei aos domésticos que convivi com mais clareza, os selvagens que observei farei citações.

Não sendo repetitivo, os cães parecem ser os que têm maior facilidade para conviver com humanos e levar a vida no seu ritmo, sem alterar suas liberdades demonstrando conforto com a relação. Eles têm o ambiente deles, fazendo parte deste de forma ativa quando lhes são proporcionados, de forma passiva quando apenas o ócio, mas em constante interação com o meio, refletida de forma positiva ou negativa.

A cada dia eles parecem ter sede de viver quando o ambiente lhes é prazeroso e sede de batalha quando este se torna duro o levando ao estado de instinto como sobrevivência por exemplo. Não sei qual atacaria ao outro primeiro e por quais necessidades este seria mais motivado a executar se houvessem um humano e um canino em ambiente de miséria ou fome sem mais nenhuma possibilidade.

Ambos estão fortemente ligados a alimentação quando se ajudam para suprir tal necessidade, seja com a ração ofertada ou uma caça trazida.

A partilha entre essas duas espécies é exemplificada acima, ou em um passeio quando o cão se mostra extremamente estimulado a realizar tal atividade partilhando de sua alegria e estimulo para conosco, ou se para ele faz apenas parte de mais uma saída à caça com um membro de matilha na gana pelo novo, inesperado ou apenas de atividade.

O fato de um bando de quatro siriemas visitarem com mais freqüência locais habitados por humanos, bovinos, caprinos, suínos, equinos ou aves domésticas parece ter mais haver com a facilidade de alimento do que a interação ou partilha com o homem e o cão pelo menos. Os herbívoros não oferecem desafio em grau de impossibilitar o convívio com as siriemas, porém o homem ou o cão se em contato visual e de risco com estas, oferecem grau de desafio suficiente para a fuga ou distância confortável.

É bastante clara a relação homem-alimento para os animais não humanos, quando adotam a facilidade de obter alimentação, motivados pelo condicionamento de oferta, por exemplo, o gado que abandona o pasto ao ouvir a picadeira de capim ligada, ou os mugidos de saberem o que vem após aquele som, eqüino e caprinos ao verem o balde de ração, demonstra interesse da mesma forma. Esta observação, através de análises bromatológicas e bioquímicas, pode ainda ser feita com oferta igual de nutrientes a pasto, capim picado ou concentrado de forma que não altere a condição fisiológica dos animais e sim apenas mensure as motivações para receber ou ter alimento nas diferentes formas.

Certa vez, um casal de Mastino Napoletano por passar certa restrição de ração durante uma semana em ambiente com outros animais, atacou a uma das cabras, a que me pareceu mais indefesa, desenvolvendo instinto de caça, seleção, perseguição e trabalho em conjunto de ambos, que se não interrompidos com certeza frente à motivação que o casal demonstrava culminaria na morte do caprino e porque não se alimentarem dele?

Quando digo forma natural, me refiro às expectativas humanas em relação ao comportamento dos animais frente a alguma situação. Com bom senso, estudo e observação, é possível determinar comportamentos padrões para as diferentes espécies quando submetidas ao mesmo meio e suas interações. Os padrões servem de base para dialogarmos de forma etológica a fim de se obter senso comum nas respostas aos diferentes estímulos e desafios proporcionados pelo ambiente.

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